Em uma tentativa vil de desvirginar o labirinto que suga a humanidade
Meti minhas mãos naquela frívola multidão
Mas em vez de encontrar a alma que o corpo inunda
Rasguei vísceras de sangue pérfido e grosso
Uma corrente horrenda dotada de um monocromatismo monstruoso
Uma mistura de tons naquela universal vermelhidão
Em monólogos absortos, mas angelicais
Escalei as muralhas dos inconscientes
Mas esse silencio, esse mistério me impede de subir mais e mais
E agora esse corvo gargalha nos meus umbrais, convulso
E a noite funciona como um firme pulso
Onde me perdi na obsessão que em minha alma também um fígado sangrava
Que em minha alma também uma garganta gemia
E vi meu corpo coberto de desgraça
Na incerteza do que e do que não havia.
23/05/05
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