domingo, 26 de junho de 2011

Olhos.


Sou de uma espécie

quase extinta

que a sina

é morrer pelas extremidades.

O veneno entra

pelos poros

da pele

pelo toque

e apenas os olhos

podem delatar o ataque,

dilatados e transbordando,

contraditoriamente

clamando o abraço.

Olhos inchados e avermelhados

que o pintor desavisado

pintou pensando ser

o céu estriado

do pôr do sol.


sábado, 4 de junho de 2011

A menina


Tão clara a meninalvorada.

Tão calma a triste menina.
Temia a luz
Sem atinar a cilada.
Tão magra a meninaçoitada.
Tão cheia de nada.
Desatina na chuva
A cada pedalada.

Chicote inesperado rompe a neblina.